XXIII DOMINGO DO T.C.
Sugestões aos Leitores para bem Proclamar a PalavraLeitores:
A dificuldade da 1ª leitura reside na sucessão de interrogações retóricas, intercaladas com algumas afirmações, que é bom não confundir; a entoação da pergunta recai principalmente nos pronomes interrogativos com que começa (qual...?, quem...?), não sendo suficiente (e, por vezes, sendo até dispensável) elevar a voz no final; atenção a algumas frases mais longas que exigem uma boa respiração. 2ª leitura: pronuncie-se correctamente o nome do destinatário (Filémon, abrindo o final e pronunciando o n, sem nasalar); o leitor deve dar voz a um pedido afectuoso, sem comprometer a vivacidade do estilo directo; para não sincopar demasiadamente o texto, lembre-se de que nem todas vírgulas requerem pausa na leitura (experimente ler e ouvir-se em voz alta).
http://www.sdplviseu.web.pt/LITURGIAEVIDA/2006-2007.htmlA liturgia deste domingo convida-nos a tomar consciência de quanto é exigente o caminho do “Reino”. Optar pelo “Reino” não é escolher um caminho de facilidade, mas sim aceitar percorrer um caminho de renúncia e de dom da vida.
É, sobretudo, o EvangelhoEvangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Lc 14, 25-33 que traça as coordenadas do “caminho do discípulo”: é um caminho em que o “Reino” deve ter a primazia sobre as pessoas que amamos, sobre os nossos bens, sobre os nossos próprios interesses e esquemas pessoais. Quem tomar contacto com esta proposta tem de pensar seriamente se a quer acolher, se tem forças para a acolher… Jesus não admite meios-termos: ou se aceita o “Reino” e se embarca nessa aventura a tempo inteiro e “a fundo perdido”, ou não vale a pena começar algo que não vai levar a lado nenhum (porque não é um caminho que se percorra com hesitações e com “meias tintas”).
A primeira leituraLeitura do Livro da Sabedoria
Sab 9, 13-19 lembra a todos aqueles que não conseguem decidir-se pelo “Reino”, que só em Deus é possível encontrar a verdadeira felicidade e o sentido da vida. Há, portanto, aí, um encorajamento implícito a aderir ao “Reino”: embora exigente, é um caminho que leva à felicidade plena.
A segunda leituraLeitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Filémon
Flm 9b-10.12-17 recorda que o amor é o valor fundamental, para todos os que aceitam a dinâmica do “Reino”; só ele permite descobrir a igualdade de todos os homens, filhos do mesmo Pai e irmãos em Cristo. Aceitar viver na lógica do “Reino” é reconhecer em cada homem um irmão e agir em consequência. (in Dehonianos)
Imagem acima de: sdpl de viseu
LEITURA I Sab 9, 13-19
«Quem pode sondar as intenções do Senhor»
Leitura do Livro da Sabedoria
Qual o homem que pode conhecer os desígnios de Deus?
Quem pode sondar as intenções do Senhor?
Os pensamentos dos mortais são mesquinhos
e inseguras as nossas reflexões,
porque o corpo corruptível deprime a alma
e a morada terrestre oprime o espírito que pensa.
Mal podemos compreender o que está sobre a terra
e com dificuldade encontramos o que temos ao alcance da mão.
Quem poderá então descobrir o que há nos céus?
Quem poderá conhecer, Senhor, os vossos desígnios,
se Vós não lhe dais a sabedoria
e não lhe enviais o vosso espírito santo?
Deste modo foi corrigido o procedimento dos que estão na terra,
os homens aprenderam as coisas que Vos agradam
e pela sabedoria foram salvos.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 89, 3-6.12-14.17
Refrão: Senhor, tendes sido o nosso refúgio
através das gerações.
Vós reduzis o homem ao pó da terra
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão».
Mil anos a vossos olhos são como o dia de ontem
que passou
e como uma vigília da noite.
Vós os arrebatais como um sonho,
como a erva que de manhã reverdece;
de manhã floresce e viceja,
à tarde ela murcha e seca.
Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando...
Tende piedade dos vossos servos.
Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus.
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos.
LEITURA II Flm 9b-10.12-17
«Recebe-o, não já como escravo, mas como irmão muito querido»
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Filémon
Caríssimo:
Eu, Paulo, prisioneiro por amor de Cristo Jesus,
rogo-te por este meu filho, Onésimo, que eu gerei na prisão.
Mando-o de volta para ti, como se fosse o meu próprio coração.
Quisera conservá-lo junto de mim,
para que me servisse, em teu lugar,
enquanto estou preso por causa do Evangelho.
Mas, sem o teu consentimento, nada quis fazer,
para que a tua boa acção não parecesse forçada,
mas feita de livre vontade.
Talvez ele se tenha afastado de ti durante algum tempo,
a fim de o recuperares para sempre,
não já como escravo, mas muito melhor do que escravo:
como irmão muito querido.
É isto que ele é para mim
e muito mais para ti, não só pela natureza,
mas também aos olhos do Senhor.
Se me consideras teu amigo,
recebe-o como a mim próprio.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Salmo 118, 135
Refrão: Aleluia. Repete-se
Fazei brilhar sobre mim, Senhor, a luz do vosso rosto
e ensinai-me os vossos mandamentos. Refrão
EVANGELHO Lc 14, 25-33
«Quem não renunciar a todos os seus bens
não pode ser meu discípulo»
@ Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
seguia Jesus uma grande multidão.
Jesus voltou-Se e disse-lhes:
«Se alguém vem ter comigo,
sem Me preferir ao pai, à mãe,
à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs
e até à própria vida,
não pode ser meu discípulo.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir,
não pode ser meu discípulo.
Quem de vós, que, desejando construir uma torre,
não se senta primeiro a calcular a despesa,
para ver se tem com que terminá-la?
Não suceda que, depois de assentar os alicerces,
se mostre incapaz de a concluir
e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo:
‘Esse homem começou a edificar,
mas não foi capaz de concluir’.
E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei
e não se senta primeiro a considerar
se é capaz de se opor, com dez mil soldados,
àquele que vem contra ele com vinte mil?
Aliás, enquanto o outro ainda está longe,
manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz.
Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens,
não pode ser meu discípulo».
Palavra da salvação.